sábado, 4 de janeiro de 2014

Ryan Gosling em dose dupla


Só Deus perdoa (Only God forgives), de Nicolas Winding Refn.

O lugar onde tudo termina (The Place Beyond the Pines), de Derek Cianfrance.

Cada cena de "Only god forgives" é um quadro pronto para se pendurar na parede. Tudo é ritualizado, cada enquadramento, composição e movimento são "friamente calculados"; tudo vai ficando “em suspenso”, o passo, a fala, o olhar, a respiração (inclusive do expectador) - o tempo, o espaço: é um deslumbre! Mas é um "filme doente", ou seja, um filme que tinha tudo para ser uma obra prima, não fosse algo mais... aquele elemento essencial que pudesse lhe conferir uma "alma". Acabou resultando, para mim, muito mais num exercício estilístico (dos que valem a pena conferir, contudo). O filme teria, ironicamente, muito mais substância e profundidade, “alma”, se o diretor abrisse mão de todo o presunçoso surrealismo que ele tenta canhestramente dar conta e deixasse com quem sabe fazê-lo... com Jodorowsky, por exemplo, a quem ele dedica o filme. 

O lugar onde tudo termina é um dramalhão, só que dos bons. Gostei do começo, mas fiquei fulo com o meio do filme e parei de ver, porém, por recomendação do meu tio, que adorou o filme, retomei, e, de fato, o filme continua muito bom até o final. 

O ator tailandês Vithaya Pansringarm rouba a cena em Only god forgives.

Vale lembrar que Ryan Gosling já havia trabalhado tanto com Nicolas Winding Refn, em Drive, que acho bacana, quanto com Derek Cianfrance, em Blue Valentine, que ainda não tive muito interesse de ver porque me parece uma chatice sem tamanho, ainda mais pelo título no Brasil: Namorados para sempre, embora seja um filme bem cotado.

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