terça-feira, 24 de junho de 2014

Raze

Raze, 2013, de Josh C. Waller, com Zoë Bell e Doug Jones.
 
Crânios esmagados a rodo! Mulheres cuidadosamente selecionadas são mantidas em cativeiro e obrigadas a lutar até a morte para impedir que entes queridos sejam assassinados por seus captores - e é isso. A trama pode não ter nada de mais, porém é um filme de ação sangrento e divertido. A referência às Ménades da mitologia grega (bem como o próprio título do filme) emoldura e dá o tom narrativo, que lembra bastante um game de ação. Zoë Bell (dublê da Noiva em Kill Bill e uma das meninas de À prova de morte) está brutal! Queria vê-la estrelando mais filmes de ação: bem que ela merece um papel em Mercenários 4. Doug Jones (Abe Sapien, o Fauno e o Surfista Prateado) está ótimo no papel do vilão que se compraz ao lado de sua sádica esposa em ver as mulheres se destruindo, mostrando que sabe fazer mais do que captura de movimento e ficar sob camadas e mais camadas de látex. Rosario Dawson (Sin City) faz uma ponta como uma das meninas massacradas. Indico a todo fã de uma boa pancadaria!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Snowpiercer


Expresso do Amanhã (Snowpiercer), de Joon-ho Bong, com Chris Evans, Jamie Bell, Tilda Swinton, Kang-ho Song, John Hurt e Ed Harris.

Ficção científica da melhor estirpe!!! O filme demanda um pouco de paciência no início. Há alguns momentos quase surrealistas que exigem certa suspensão de juízo para se imergir nesse mundo distópico, como num filme de Terry Gilliam (porém também comuns no cinema sul-coreano, sobretudo nos filmes de Joon-ho Bong), mas que, de tão absurdos, se tornam estranhamente hiper-realistas. O comentário social é um dos mais relevantes e prementes do cinema atual! Chris Evans volta a surpreender com um brilhante estudo de personagem (sua segunda incursão competente na ficção científica, a primeira foi no ótimo Sunshine): seu Curtis é um dos protagonistas de filmes de ação/ficção científica mais complexos já vistos (sinceramente, consegue ser o que Neo deveria ter sido). Aliás, todo o elenco - de peso - está afiadíssimo. Park Chan-wook é o produtor e há uma referência bem bacana a Oldboy. Li um pouco da BD na qual o filme se baseia, e parece que pouco foi aproveitado da história além da premissa básica. Recomendo efusivamente a todo amante de ficção científica!

Lego - The Movie


Uma Aventura LEGO (The Lego Movie), 2014, de Phil Lord e Christopher Miller.

Ao ver algumas animações recentes baterem recordes e mais recordes de bilheteria, já estava temendo que a total falta de esforço em narrar boas histórias em favor de gags e mais gags intermináveis (ou momentos fofos ou canções ou mesmo "massaveísmo") tivesse imperado definitivamente. No entanto, Lego mostra que ainda há espaço para animações com boas e criativas histórias, capazes de proporcionar uma experiência rica e divertida, mesmo sem abrir mão de gags, momentos fofos, canções ou "massaveísmo". As muitas e muitas referências pops também são trabalhadas de modo bastante acertado, ao serem inseridas organicamente no contexto da história e não apenas vomitadas de maneira desconexa e artificial para satisfação de uma espécie de prazer solitário intelectual, tão comum em filmes candidatos a cult.